O João recebeu de presente “aquele” telemóvel. Há muito que o desejava! Entusiasmado, lançou-se ao trabalho. Num instante, os números dos amigos “voaram” para dentro da memória. No dia seguinte, recebeu a mensagem “liga-me”. Não conhecia o número, não ligou. A mensagem repetiu-se, e repetiu-se, e repetiu-se até que, farto de a receber, resolveu ligar para o tal número e quem atendeu foi uma voz doce e suave. Conversaram durante horas e o João achou que tinham muito em comum.
Durante algumas semanas continuaram a falar por sms e chamadas até que a voz lhe pediu a sua morada e uma foto sua, como não achou problema enviou-lhe a foto. Duas semanas depois a voz telefonou ao João a marcar um encontro num lugar que este não conhecia. O João aceitou sem problemas e às 4 horas do dia seguinte estava à espera da voz, que ele supunha ser uma rapariga, na rua do Encalhados, a 120 km de sua casa.
Esperou durante 1 hora, naquela rua deserta, e de repente aparece uma carrinha branca e de lá sai um homem que lhe pergunta o seu nome. Depois de João responder o homem agarra-o violentamente pelo braço e leva-o para dentro da carrinha.
Passado algum tempo João acorda numa casa enorme sem se lembrar de como lá tinha chegado, mas de uma coisa tinha a certeza, aquela voz doce e suave era afinal de um homem que provavelmente o teria raptado.
Em conclusão nunca se deve confiar em ninguém que não se conheça.